No dia 3 de maio de 1939, também uma quarta-feira, às 20 horas, na sede do Clube Recreativo Ferroviário, um grupo de adoradores do esporte se reuniu para transformar o seu antigo campo, chamado de “Brejão”, onde os trabalhadores da ferrovia disputavam suas peladas, em um campo de futebol de verdade, uma tarefa que não foi fácil de ser realizada, já que a área era cercada pelo córrego Águas Frias, que facilitava a umidade e a presença de minas d`àgua.
Após a sua criação, a Ferroviária teve sua primeira diretoria constituída, e o seu presidente era Lúcio de Oliveira Lima. Ao longo dos seus 67 anos de história, o clube teve três presidentes que ocupam posição de destaque, Nélson Dib Saad, Eduardo Guedes Cassimiro e Plínio Paganini.
Uma das maiores glórias do clube, aconteceu no ano de 1961, quando a equipe de futebol profissional da AAF disputou a 1ª divisão do Campeonato Paulista. A estréia foi contra a Ponte Preta no dia 07 de maio de 1961, a Ferroviária entrou em campo com Marcelo, Édson, Cação, Nézio, Douglas, Fernando, Guanxuma, Tonho Lima, Ipojucan, Zerinho e Tição, o treinador era Paulo Bueno Rocha.
Os momentos de glória do futebol profissional do clube duraram até o ano de 1967, quando a equipe desmontou a sua equipe.
Atualmente, a Associação Atlética Ferroviária, tem como presidente o empresário João Chavari, 47 anos, que desde os 12 anos é sócio do clube e assumiu a presidência em 2004, quando aconteceu a demissão do então presidente, Domingos Corvino. Chavari assumiu como presidente interino e no ano seguinte foi eleito presidente do clube.
João Chavari está muito satisfeito com sua atual diretoria e entende a tamanha importância em administrar um clube como a AAF. “As preocupações e as responsabilidades são enormes, mas fico feliz por ter uma diretoria competente. O desafio é gostoso, estou com 47 anos e freqüento a AAF desde os 12 anos, com 22 anos adquiri o título familiar e com 27 anos já fazia parte conselho deliberativo. Aos 32 assumi como diretor de esportes e graças à confiança do Conselho e a demissão do ex-presidente Domingos Corvino acabei sendo indicado pela diretoria para o mandato tampão, que durou um ano, agora, já como presidente fico satisfeito com o trabalho, é uma missão que exige disponibilidade de tempo e dedicação” contou o presidente.
Ao longo dos 67 anos de história co clube, João Chavari destaca a importância do ex-radialista Plínio Paganini na presidência do clube. “Em 1939 a AAF foi fundada e em 1977 ela era 100% futebol profissional, de 39 a 77 o Plínio (Paganini) teve uma visão social e foi aí que o clube começou a crescer. Quando ele assumiu o clube estava quebrado. Tudo o que sei de ferroviária aprendi com ele” lembrou.
O futebol profissional sempre foi um orgulho entre os associados e a diretoria do clube, mas a atual gestão não pensa em arriscar formando uma equipe profissional masculina. “É complicado, mas vontade não falta, temos até a estrutura adequada para isso, entretanto, nesse momento eu não arriscaria colocar o clube hoje no profissional a não ser que desvinculássemos o campo da parte social do clube. Nesse caso eu daria sinal verde principalmente para abrirmos parcerias. Não temos como arriscar o patrimônio que a Ferroviária tem pelo futebol profissional” avisou.
Uma solução para agradar os associados é a formação da categoria de base, fazendo um trabalho com as crianças. Alguns projetos já estão sendo estudados. “” Existe sim a intenção de montar uma categoria de base, já tivemos três ou quatros contatos, entre eles com o Nenê Guaxuma e com o João Marcos, estamos analisando as propostas e os projetos, vamos ver o que é interessante para o clube e ao associado aí começamos a pensar nos investimentos”, disse João Chavari.
O maior desafio para o atual presidente é conseguir manter a estrutura do clube, quando as mensalidades cobrem apenas o valor das despesas do clube. “É bastante complicado, temos uma estrutura preparada para receber 5 mil sócios pagantes e 15 mil dependentes e infelizmente hoje temos 1.500 títulos familiares pagantes e aproximadamente 250 individuais. Atualmente, no balanço do clube se percebe que as mensalidades cobrem apenas as despesas fixas e isso não é bom para uma diretoria que quer realizar investimentos, mas apesar das adversidades estamos aplicando recursos e trabalhando pelo desenvolvimento” disse o presidente.
Mesmo enfrentando dificuldades atual diretoria já garantiu 50% do 13º dos funcionários e vem investindo na academia do clube. “Os funcionários são a alma do clube e para preservar os direitos deles aproveitamos o início do ano, de janeiro a abril, quando existe um aumento na arrecadação do clube para fazermos a previsão do 13º salário. Em outubro fomos muito criticados por passarmos a cobrar R$ 5 do associado para freqüentar escolinhas com acompanhamento de profissionais, mesmo com esses recursos, entre outubro e março, não pudemos fazer investimentos, já que estávamos enxugando o quadro de funcionários e tivemos que pagar entre R$ 40 e R$ 50 mil em indenizações. Somente agora estamos começando a aplicar esses recursos optando primeiramente pela academia que recebe esse mês cerca de R$ 30 mil em equipamentos. Já temos também previsões de investimentos na ordem de R$10 a R$ 15 mil na hidroginástica. Estamos com o pé no chão, usando essa mensalidade de R$ 5 sem dever nada aos bancos”, finalizou João Chavari.
João Francisco Chavari
Presidente da AAF