NOSSA HISTÓRIA

Antes da A.A.F.

O local onde hoje se encontra o “Gigante da Baixada”, este magnífico clube, Associação Atlética Ferroviária, era conhecido como o “brejão”, dado ser um terreno plano ladeado pelo córrego Água Fria que facilitava a umidade e a presença de minas d’água naquele local.

Já bem antes de 1939, aficcionados do esporte bretão, com dedicação espontânea, prepararam manualmente o terreno e ali praticavam suas “peladas” sem compromisso, de uma maneira amadora.

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Grupos de amigos formavam seus esquadrões para realizar seus combates e colocavam nomes de times do futebol maior, quer de São Paulo ou do Rio de Janeiro.

A Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) – empresa que representava pujança, trabalho e poder econômico, oferecia emprego aos jovens botucatuenses, por sua vez, trabalhavam em diversos setores da ferrovia. Ao término do período de trabalho, esses funcionários da EFS formavam seus times: bagagem, depósito com vários setores, administração, truqueiros, etc; e para o brejão se dirigiam realizando combates entre si, apenas para descontração.

Quem relata é o sr. Álvaro Picado, que morava próximo dessa área desde a sua infância: “a disposição do campo naquela época era contrária à atual”.

Desta situação para o surgimento de um time de futebol que representasse também Botucatu, aos moldes da “Veterana” foi uma questão de tempo.

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Fundação

Nas décadas de 20 e 30, Botucatu contava com grandes equipes de futebol amador, sendo que já existia grande rivalidade entre os bairros, com torcidas motivadas, lotando as laterais dos campos de terra, existentes na cidade para assistirem às partidas.

Naquele tempo, o futebol era festa obrigatória aos domingos, dominando e contagiando os torcedores, fazendo com que os dirigentes dos clubes organizassem cada vez mais suas equipes, tanto no visual como na técnica.

Como não existia liga de futebol, uma comissão de aficcionados organizava os campeonatos da cidade, sendo que as preliminares eram disputadas entre as equipes infantis e juvenis de cada clube, o intento era a revelação de novos craques para os plantéis principais.

 

O clube mais antigo e bem organizado era o da Associação Atlética Botucatuense (Fundado em 1918) que já possuía o seu patrimônio: um campo de futebol gramado, cercado de madeira, com arquibancadas e gradil, pintado com as tradicionais cores preta e branca, e a maior concentração de torcedores residentes na parte central da cidade.

Tudo isso levou a integrar-se ao profissionalismo como representante de nossa cidade, nos campeonatos dirigidos pela Federação Paulista de Futebol.
Enquanto tudo isso acontecia na parte alta da cidade, na baixada algumas equipes formadas por categorias de ferroviários utilizavam como campo de futebol a área de um terreno baldio pertencente à Fazenda da Mitra Diocesana, na Vila São Lúcio, próximo às margens da via férrea.

Nesse local eram realizados os treinos e as disputas de campeonatos organizados pela classe ferroviária, onde se defrontavam as equipes do Depósito de locomotivas, Estação, Armazém de Carga, Truqueiros e a Chefia, para a qual ninguém gostava de perder.

Algumas vezes, dessas equipes formavam-se as seleções “A” e “B”, que se defrontavam com as equipes de ferroviários visitantes, vindas de cidades vizinhas, como Avaré, Bernardino de Campos, Ourinhos, São Manuel, Lençois Paulista e até mesmo de Mairinque e de Sorocaba. Nessas ocasiões, as torcidas se uniam, comparecendo pessoas de todos os cantos da cidade: Vila Maria, Vila Jaú, Vila Ema, entre outras. Mas a maioria dos torcedores vinha mesmo da Vila dos Lavradores, onde se encontrava o maior número das famílias de ferroviários. Isso era, sem dúvida nenhuma, uma verdadeira festa de confraternização da classe.

O sucesso desses acontecimento inspirou os senhores, Manoel da Silva e Lúcio de Oliveira Lima, funcionários da seção do almoxarifado do depósito de locomotivas, a formar uma única equipe de futebol, aproveitando os melhores jogadores não só para representar a classe ferroviária, mas sobretudo, para inserir a Vila dos Lavradores no futebol profissional.

Com esse objetivo, Manoel da Silva não perdeu tempo, procurou seus superiores na Chefia da Sorocabana para expor seus planos, recebendo total apoio, especialmente do engenheiro Dr. Luiz Bandeira de Mello, João dos Santos Neves, Natal Bertini, Aurélio Menegon e outros.

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Desta forma, no dia 03 de maio de 1939, uma quarta-feira, às 20 horas, na sede do Clube Recreativo Ferroviário, nasceu oficialmente a nossa querida Associação Atlética Ferroviária, sendo sua primeira diretoria constituída: 1º Presidente, Lúcio de Oliveira Lima, que de imediato cede lugar para o presidente honorário João dos Santo Neves. A composição oficial registrou os seguintes nomes: presidente, Flaminon Cruz; vice-presidente, Alfredo Colenci; 1º vice-presidente, João Gomes de Oliveira; tesoureiro, José Polo; 1º vice-tesoureiro, Benedito Soares; secretário geral, Paulo Graciano; 1º secretário, Armando Audi; e 2ºsecretário, José Arantes Braga.

A primeira reunião ordinária dessa diretoria foi realizada no dia 08 de maio de 1939, uma segunda-feira, às 19h30, também na sede do Clube Recreativo Ferroviário. A primeira ação depois da leitura da ata de fundação foi a nomeação das comissões complementares do quadro diretivo. Na seqüência, foram discutidas as cores e símbolos do clube.

Sabe-se que, por influencia do presidente João dos Santos Neves (torcedor do São Paulo) sobre outros aspectos, às cores da camisa da AAF passaram a ser vermelho, branco e preto, assim como o distintivo e brasão idênticos aos do São Paulo Futebol Clube.

Cumprindo a portaria ministerial nº 254, de 1º de outubro de 1941, a Associação Atlética Ferroviária, em assembléia geral extraordinária, elegeu o seu primeiro Conselho Deliberativo e comissão fiscal, com a seguinte constituição: Conselho Deliberativo – José Egydio, Bonome Castanheira, Jorge Felício, Antonio Catarino, Pedro Catarino, Raymundo Aloisi, Bento de Barros, Levino Antônio Pinto, Mario Coraini, João Pereira Paulo, Paulo Graciano, Benedito Caetano, Antônio Protes, José Pólo, Nestor Rodrigues Nunes, Lupércio Bueno de Lacerda, Victorino Pereira, Aurélio Menegon, Honório Fernandes e José Camilo. Comissão Fiscal – Matias José de Assumpção, Waltrudes Pires de Camargo, Hygino Giraldela e Benedito de Oliveira Martins.

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De João dos Santos Neves a Domingos Corvino, muitos nomes ilustres enriqueceram a galeria dos presidentes do clube, e muitos abnegados esportistas não mediram esforços para o desenvolvimento da AAF. Todos foram peças importantes para que o clube chegasse ao patamar em que se encontra em 2002, sendo considerado um dos mais belos e completos do estado de São Paulo. Um cartão de visitas da cidade, orgulho de todos: sócios e botucatuenses.

Ao parabenizar a nossa querida AAF, pelos seus 63 anos de glórias e tradições, vale destacar o nome de três ex-presidentes, engenheiro Nelson Dib Saad, Dr. Eduardo Guedes Cassimiro e Dr. Plínio Paganini, e render nossas homenagens a todos os presidentes, diretores, atletas e associados, que de uma forma ou outra deixaram sua colaboração na edificação dessa magnífica obra.

Linha do Tempo

1939
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Fundação da AAF
logo sombreada aaf 100 Nossa História

No dia 03 de maio de 1939 foi fundada a Associação Atlética Ferroviária

1940
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Campeã da Cidade

Em 1940 a AAF sagrava-se campeã da cidade

1941
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Ingressava na Federação Paulista de Futebol.

O sr. João Corvino Sobrinho foi admitido como sócio em janeiro deste ano, e viria ocupar os cargos de diretor geral de esportes (1953) e presidente no mandato dezembro de 1956 à dezembro de 1957

1942
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AAF chega ao tetra campeonato da 5ª região. Derby “AAF versus AAB”.

Conforme relata o jornalista José Nicoletti, a rivalidade entre a AAF e a AAB era cada vez mais acirrada. Isto se confirmou quando, em 12/12/1942, os dois arqui-inimigos estiveram frente a frente. Depois de um discutido lance de falta a favor da AAB, os jogadores da AAF se exaltaram, em especial Santiloninho, Vênus e Barra Grande, que partiram para cima do juiz. A pancadaria generalizou-se entre os jogadores, a torcida invade o campo e a polícia teve que “descer o cassete a torto e direito”.

Este derby movimentava as opiniões e fazia crescer cada vez mais a paixão do torcedor de cada clube do seu coração, na Botucatu desde os idos de 1940 até o final da década de 1960.

1948
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Novamente, derby entre AAF (3) versus AAB (0).

A AAF alinhou com Alfredo, Noronha e Vênus, Jonas, Brandão, Bueno, Calá, Jesus Spernega, Adip, Pestana e Ernesto.

1954
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Amistoso

A Sociedade Esportiva Palmeiras, da capital, jogou amistoso com AAF, e naquela oportunidade alinhou com: Laércio, Dema, Belmiro, Manoelito, Mário Travalini, Waldemar Fiume, Renatinho, Richard, Ney, Jair da Rosa Pinto e Rodrigues.

A AAF alinhou com Galvani, J. Benvindo, Mingo, Técio, Sergio, Alípio, Goyano, Cícero, Bidula, Cobra e Baía. Placar: S.E.Palmeiras (2) versus AAF(1).

1955
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Sai a tabela da 3ª Divisão de Profissionais.

– AAF versus Fada Futebol Clube.
– E.C.Regente Feijó versus E.Ferro Sorocabanos Futebol Clube.
– C.A.Ourinhense versus A.A.Botucatuense.
– C.A.Valinhense versus A.A.Saltense.
– C.A.Ituano versus Mogi-Mirim C.A.
– Cafelândia Futebol Clube versus Jaboticabal A.C.
– Grêmio Esportivo Monte Aprazível.

 
1956
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